Evolução do Estado moderno

Estado absolutista (Do século XIV ao século XVIII)
O Estado absolutista, surgido da aliança entre rei e burguesia, concentrava todo o poder nas mãos do rei que era, praticamente, a encarnação desse Estado na sua figura. O monarca, que recebia financiamentos da burguesia, tinha como tarefa criar um ambiente propício aos negócios da classe burguesa tal como a abertura de estradas, a criação de moeda única, a unificação de pesos e medidas, a garantia de decisões jurídicas justas, etc. o Estado nesse sentido, era fortemente interventor na vida social.
Estado liberal (Século XVIII até final do século XIX)
O Estado Absolutista que os burgueses ajudaram a criar passou a ser um obstáculo quando os negócios aumentaram, pois além de intervir em quase todos os campos da vida social e econômica, ainda possuía um grande aparato estatal com muitos funcionários dependentes - principalmente nobres decadentes - que geravam muitos custos. Passou-se então a difundir a idéia de um Estado mínimo e liberal, que não interferisse na economia e deixasse o mercado se regular sozinho. Para Adam Smith (1723-1790), que cunhou a famosa fórmula laissez-faire, laissez-passer (“deixai fazer, deixai passar”) a plena liberdade de produção e circulação de mercadorias garantiria o progresso das empresas ou das nações.
Estado de bem-estar social (Pós Segunda Guerra até 1970)
No século XX, esgotado pelas próprias condições sociais e econômicas que o geraram, o Estado liberal não dava mais conta da realidade e dos interesses da burguesia. Então, os países capitalistas, após a segunda guerra mundial, tentaram reconstruir a economia com outras bases. Disseminou-se a forma de organização estatal chamada de Estado de Bem-Estar Social.
O Estado de bem-estar tinha como finalidade e característica básica a intervenção estatal nas atividades econômicas, regulando-as, subsidiando-as, executando grandes investimentos e obras, redistribuindo rendimentos, visando sempre, pelo menos teoricamente, ao bem estar da maioria da população. A idéia era romper com o centenário princípio do liberalismo, que rejeitava qualquer função intervencionista do Estado.
Com base nesse conceito, os capitalistas modernos propunham moradia digna, educação básica pública, assistência à saúde, transporte coletivo, lazer, trabalho e salário, seguro desemprego, enfim, um mínimo de bem estar econômico e social.
Estado neoliberal (1970 em diante)
A partir da década de 1970, após a crise do petróleo, houve nova necessidade de mudança na organização estatal. O capitalismo enfrentava então vários desafios. As empresas multinacionais precisavam expandir-se, ao mesmo tempo em que havia um desemprego crescente no Estado Unidos e nos países Europeus; os movimentos grevistas se intensificavam em quase toda a Europa e aumentava o endividamento dos países em desenvolvimento.
Os economistas atribuíram a crise aos gastos dos Estados com políticas sociais, o que gerava déficits orçamentários, mais impostos e, portanto, aumento da inflação. Diziam que a política social estava comprometendo a liberdade do mercado e até mesmo a liberdade individual, valores básicos do capitalismo.
Por causa disso, o bem estar dos cidadãos deveria ficar por conta deles mesmos, já que se gastava muito com saúde e educação pública, com previdência e apoio aos desempregados, ou seja, os serviços públicos deveriam ser privatizados e pagos por quem os utiliza-se.

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